quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O melhor de sempre

Nunca se deu tanta importância à atribuição do título (oficioso, claro está) de melhor jogador de ténis de sempre como nos últimos anos. Tal deve-se, como se sabe, às sucessivas e quase ininterruptas conquistas de torneios do Grand Slam de Roger Federer neste período, apenas pontuadas por esporádicas derrotas em fases finais destas provas.
Ter finalmente ganho em Roland Garros, somado ao seu recorde de GS cada vez mais distante de Pete Sampras (não nos esqueçamos que, se se mantiver neste nível e sem lesões de maior, jogará mais uns bons anos), só veio contribuir, muito na minha opinião, para que não restem grandes dúvidas. Ainda assim, o tema persiste em muitas publicações desportivas aludindo à promoção de uma discussão saudável entre amantes da modalidade. Muitas questões se levantam aquando desta distinção como por exemplo: "Qual será o critério de avaliação?", "Poder-se-á comparar feitos e conquistas de títulos em eras diferentes?", "O nível dos adversários de um jogador candidato poderá entrar nestas contas?", "Como poderemos distinguir o nível técnico de cada um?", "Quem é mais forte mentalmente? E fisicamente?", "Quem será o melhor em todas as superfícies?", etc. Encabeçam as listas, para além dos já referidos, Laver, Emerson, Borg, McEnroe, Lendl, Connors, Wilander e Agassi só para nomear alguns. Chega-se ao ridículo de inventar uma competição com todos os candidatos ao título, especulando o resultado entre dois jogadores que, muito provavelmente, nunca se terão defrontado na vida, num campo de ténis pelo menos, e cujas idades e "era" sejam completamente díspares. Mais, para complicar um bocado as coisas, o jogo será à melhor de 3 sets, cada um deles numa superfície diferente! Ponham as vossas imaginações a trabalhar, é giro! E no fim, sairá o vencedor! O melhor! Ridículo.
Para mim, é simples. O ténis é um desporto que, naturalmente, tem evoluído ao longo do tempo não estando alheias a isso as inovações tecnológicas que nos impactam também de uma maneira geral. Não só um atleta hoje em dia poderá ser cada vez melhor e aperfeiçoado, conforme a modalidade e o conhecimento já adquirido acerca da mesma partindo do princípio que não há grandes alterações, em termos físicos e mentais, como também os acessórios que tem ao seu dispôr lhe têm tornado a tarefa cada vez mais facilitada. Por outro lado, o ténis tem hoje mais praticantes que há 50 ou 60 anos atrás, ou seja, será teoricamente mais difícil chegar ao cume uma vez que haverá mais adversários. E melhores adversários. Que dispõem dos mesmos meios. Na mesma "era". Nos mesmos campos.
Resumindo, definiu-se que as maiores competições de ténis são os 4 torneios do Grand Slam. Aqueles a que todos os jogadores profissionais aspiram pelo seu prestígio e tradição. Estes torneios serão também os de maior dificuldade dada a sua duração (dias e número de sets). A contabilização de conquistas nestes torneios durante a carreira de um jogador profissional, será segundo o meu ponto de vista, a única forma de distinguir o melhor. Ganhar nas três diferentes superfícies destes GS, se assumirmos de uma forma generalista "hard court" para Australian Open e US Open, também será importante. Roger Federer já o fez e a soma "vai" em 16.
E não é um divertimento para todos vê-lo jogar no seu melhor?

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